Um levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia mostra que as ocorrências de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) podem aumentar em até 30% no frio, principalmente em temperaturas abaixo de 14°C. Em 2021, por exemplo, houve aumento no registro de casos de doenças do coração entre os meses de junho e setembro, justamente a época do inverno, representando 36,8% do total de internados no ano, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Infarto Agudo do Miocárdio acontece quando há uma obstrução aguda de uma artéria coronária. Quem explica a relação dessa condição com o frio é a doutora pela Universidade de Brasília (UnB) e especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, Alexandra C. Gervazoni B. de Lima.
“As temperaturas extremamente baixas são capazes de afetar a saúde dos seres humanos, pois ocorre o processo de vasoconstrição, ou seja, a contração dos vasos que são responsáveis pela circulação do sangue no organismo”, diz. A médica detalha ainda que um dia com temperaturas baixas pode aumentar as chances dos vasos do coração sofrerem espasmos.
“Por isso, na temporada de frio os casos de infarto podem aumentar em até 30%. As ondas de frio afetam demasiadamente a população de um determinado local. Claro que isso dependerá também do grau de vulnerabilidade de cada pessoa exposta”, pontua. Os mais vulneráveis para essas condições são pacientes idosos, principalmente aqueles com idades entre 75 e 84 anos, ou que já apresentam doenças relacionadas ao coração.
A médica especialista pela Sociedade de Cardiologia Chris Paulini também complementa, pontuando que no frio o organismo trabalha mais com a finalidade de manter a produção de calor. “Então, com isso, a gente gasta mais energia. E existe um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio que o nosso coração precisa. Com isso, a gente tem uma maior facilidade do que a gente chama de espasmo das artérias coronárias, que é um estreitamento dessas artérias.”
Sobre as formas de prevenção, Alexandra diz que é importante realizar avaliações periódicas com o clínico geral e o cardiologista, principalmente nos indivíduos com comorbidades, como doenças cardíacas, diabetes e hipertensão. “Utilizar roupas adequadas nos períodos de queda de temperatura, optar por fazer atividade física em horários com temperaturas mais quentes, além de alimentação adequada, evitando excesso de bebida alcoólica, alimentos extremamente salgados e ricos em gorduras”, finaliza.
Fonte(s): Brasil 61
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